terça-feira, 19 de março de 2013

Liquidação do crístico?

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

Alma perdida

Não só a Igreja se envolveu com a mudança do mundo, para se tornarem mais humanistas. Todos que são humanos assim se tornaram. E tal mudança para a Igreja foi algo necessário já que sua existência se defrontava com duas questões: 1) se eu continuar a ser a mesma Igreja de sempre o que acontecerá será o esvaziar nos cultos e missas de forma gradativa? e 2) se eu mudo minha concepção de vida e fé até onde perdurarei e até onde não deixarei de ser cristã?

Uma vez que a Igreja passou a ser mais humanista e por valorizar o secular não faltaram críticas e elogios. Alguns dizem que a Igreja passou a se inclinar para a autodestruição enquanto alguns dizem que é mais uma tentativa de diálogo entre as partes já que se fechar não caracteriza um diálogo.

O fato é que as Igrejas se tornaram por demais abertas ao diálogo e correndo o risco de perderem suas características que a definem. Todavia, mesmo enquanto ainda eram fechadas e conservadoras ao extremo ainda podia-se ver pessoas que iam (e vão) à Igreja para tão somente entregarem seu dízimo garantindo assim, talvez, um lugar no céu. Mas será que a Igreja atualmente não passa de um aglomerado de pessoas que se ajuntam, mas não se reúnem? Será que não deverão largar seu título Igreja? (Igreja = Ekklesia = comunidade = reunião para algo comum). Pois o que se vê é uma aglomeração de pessoas as quais pensam apenas em si próprias. 



No que tange a teologia outro problema surge: Como guiar a Igreja, uma vez que se se mantém o conservadorismo a mesma se torna ultrapassada e se se parte para ser progressista perde sua identidade? Em suma é: O homem é o centro de tudo e não há lugar para Deus. A teologia fala das coisas divinas e a Igreja precisa da mesma para subexistir. Logo, como será a Igreja se de Deus já não mais se pode falar?

Não há retorno

Como dizia Heráclito: “Não se atravessa um mesmo rio duas vezes”. Assim também é a entrada da Igreja no universo humanista. Desafiador e perigoso é este ingressar da Igreja uma vez que discutirá assuntos que outrora eram nocivos e inaceitáveis à Igreja. Mas assim como é um desafio para a Igreja também o é para os humanismos que agora tendem a enfrentar os “despertados” à discussão, já que se trata do humano que antes só escutava o que de Deus era para se ouvir. Agora o mesmo fala de si para si. Já não é mais uma instituição mas o racional humano que desafia e se desafia a superar limites. E o que se vê agora é o contrário da proposta inicial, que eram as respostas. Hoje, o que se aumentou foram as dúvidas, nas quais, o que se tem, são apenas expectativas de seu aumento. 


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